Esconde o que viste, o que ainda consegues ver. Fecha os olhos e finge-te cego.
Esconde o que sentes, esconde o que sentes dos outros. E especialmente de ti. De ti próprio. Esconde num sítio alto, onde não possas jamais chegar. Esconde num sítio e esquece-te de onde o escondeste. Depois um dia, quando procurares, já não encontras. E se voltares a encontrar e se voltares a esconder, esconde noutro sítio. Mas desta vez num sítio melhor. Num sítio que nunca mais encontres.
Não vale a pena distorceres, ou mudares, porque vais continuar a olhar para as coisas e a vê-las. Portanto esconde.
Esconde-o de toda a gente. Esconde-o do mundo, do teu mundo.
Simplesmente esconde. E um dia, quando voltares a procurar, vais-te esquecer de onde deixaste e vai deixar de ter importância. Tudo deixa de ter importância. Seja com o tempo, seja com o que for. Tudo não. Tudo é uma palavra muito forte. Quase tudo. O que vale a pena tem sempre importância. O que valeu a pena também. O que hoje tem importância amanhã pode não ter. E o que ontem teve importância, hoje já não tem. Já teve, mas se hoje já não tem é porque não vale a pena.
Não vale a pena olhar para trás. O que passou passou, nada há a mudar e nada há a fazer. E se olhares para trás, jamais me vais encontrar. Quando não caminho ao lado de alguém, atrás muito menos. Caminho simplesmente noutra direcção. Na minha própria direcção. E quem me seguir, que siga ao lado. À frente não vale a pena, atrás ainda menos.
Dito isto, vamos jogar às escondidas?
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1 comentário:
Adorei.
Simplesmente adorei.
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