terça-feira, 6 de setembro de 2011

(In)decisões

Detesto. Completamente. Detesto isto.
Normalmente sei sempre o que quero, quando quero e para onde raio é que hei-de ir. Melhor, quase sempre. Melhor ainda, sabia.
E simplesmente detesto quando não sei o que raio hei-de fazer. E a indecisão leva a anciedade. E a anciedade a angústia. E tudo isto dá cabo da minha cabeça, dos meu neurónios e tanto mais. E por aí fora, e por aí fora.
Odeio não saber o que fazer.
Vou não vou.
Fico não fico.
Falo não falo.
Digo não digo.
Penso não penso.
Arrisco não arrisco.
Espero não espero.

Era tão mais fácil quando simplesmente tirava "par ou ímpar" ou fazia o típico "pim pu ne ta".
Mas isso não se aplica. Não neste caso. Não agora. Essas opções já não são própriamente válidas. Nem o simples "cara ou coroa".

A minha cabeça por vezes dá mesmo cabo de mim.
Porque por vezes penso: é agora, vou fazer isto. E depois páro para pensar novamente e afinal, afinal ainda não vou fazê-lo. Nem sei se vou fazê-lo. E acabo simplesmente por não fazer rigorosamente nada.
Talvez seja apenas a minha cabeça. Apenas coisas da minha cabeça.
E talvez não seja. E essa incerteza, dá cabo de mim. É um autêntico frenezim na minha cabeça. Completamente.

Se falo, pode dar errado, se não falo, também. Se actuo, pode sair mal. Se não actuo também.
E enquanto não me decido, vou esperando. Mas esperando o quê? Nem sei! Possivelmente nada.
Fico tão impaciente. E se espero tanto tempo e depois é tarde demais? E se me antecipo, e acaba por ser demasiado cedo?

É que nem a minha senhora intuição me ajuda. Nem ela, que normalmente é tão preciosa. Pensando bem, okay, ela lá tem o ponto de vista dela. Mas e se está errado? Bem, só há uma forma de descobrir.
E enquanto não me decido, e enquanto não ganho coragem, a minha cabeça vai simplesmente dando cabo da minha sanidade mental.


Agora aplica-se perfeitamente uma bela saída que tive em plena aula, no momento em que no meio de barulho, tudo se cala e eu exclamo alto e bom som "estou um pouco confusa".

E tudo isto tinha piada, muito mais piada, se fosse simplesmente inventado. Mas não é. Ou é?
Conclusão: estou indecisa. (é, já deu para reparar, não já?)


1 comentário:

Sara Matos disse...

Como eu sei como te sentes.. as vezes não pensar é o ideal. Seguir o instinto, mergulhar na loucura, aventurarmo-nos sem saber o que se avizinha.
Talvez o melhor é não pensar, tal como falava Pessoa tantas vezes... não existe maior dor do que a dor de pensar, e de sermos tão racionais, porque por vezesao pensar demais evitamos muitos problemas mas podemos perder igualmente momentos de felicidade extrema. E que significam uma ou duas quedas? No final, pensando ou não... tudo será como deve ser.


Obrigada pelo teu comentário ^^ e já agora adorei o texto e a forma meio comica de como falas dos teus sentimentos.