[google imagem, again]"Não me julgues...
Não me julgues pelo que disse. Tenha sido bom ou mau. Porque pelo menos eu disse, não deixei por dizer.
Não me julgues pelo que fiz. Tenha sido bom ou mau. Porque agi sob um motivo. E pelo menos agi. Não deixei por fazer.
Não me julgues pelo que ouvi. Porque há coisas que custam a ouvir.
Não me julgues pelo que vi. Porque há coisas que só de imaginar, podem ainda doer.
Não me julgues pelo que senti. Porque senti. Coisas boas e más. E nem sempre foi bom sentir. Nem sempre foi agradável. O que inicialmente é algo agradável, mais cedo ou mais tarde, acaba por ter também um sabor amargo, de desagrado. E apesar de tudo, não deixei de sentir imediatamente. Fui deixando de sentir, aos poucos e poucos. E tu sabes disso, porque também deixaste de sentir. E nada fizeste para o evitar...Portanto não me julgues por agora já não sentir! Já não tens esse direito. Não agora, não depois de tudo, não passado algum tempo. Este tempo. Não é muito, mas é o suficiente.
Não és nada nem ninguém para me julgar. Sejas tu, seja quem for. Mas especialmente tu.
Depois de tudo...
Não me julgues por não falar. O meu silêncio é a palavra mais doce que tenho para te oferecer. Tudo o que passar disso, normalmente será desagradável, rude e seco. E ninguém gosta de palavras assim, mas para ti é apenas o que sai da minha boca.
Não me julgues por não me preocupar. Porque tu também não te preocupaste nunca. Porque haveria eu de preocupar especialmente agora? Especialmente depois de tudo?
Não me julgues por já não sentir. Porque mais vale não sentir nada. Porque nem sempre o que sentimos é bonito de se ver, se de relatar ou de se expor.
Não me julgues por não pedir desculpa. Porque essa é uma palavra que nunca invocaste verdadeiramente nem acertadamente.
Não me julgues por agir assim. Porque tu não agiste.
Não me julgues por mudar. Mudar de atitude contigo. Porque se há algo que sempre tive foi atitude própria, da qual sempre me orgulhei.
Não me julgues por seguir em frente. Por não olhar mais para trás. Esperei o que tinha a esperar. Acreditei o que tinha a acreditar.
Não me julgues por já não chorar. Chorei o que tinha a chorar. Quando tinha que chorar. E com quem tinha de chorar. E nunca te importaste em limpar-me as lágrimas que correram...Portanto, se leres isto e chorares, limpa as lágrimas sozinho. Ou arranja alguém que as queira limpar.
Não me julgues por não prometer aquilo que cumpri. Porque tu também nunca o fizeste verdadeiramente.
Não me julgues por errar. Errar faz parte. Errar é humano. Eu erro, sou humano e admito. Felizmente admito quando erro. Porque tem de ser, mesmo que custe. Admitir o erro, é uma arte que ainda não aprendeste.
Não me julgues por não usar a consciência. Pois é algo que raramente usas.
Simplesmente não me julgues. Nem a mim nem a ninguém. Não és nada nem ninguém para o fazer. Especialmente agora. Especialmente depois de tudo. Especialmente...
Porque tu também erras. Também tens defeitos. Também cais. Também te magoas. Também choras. Tal como toda a gente. Porque és humano. E se não tens defeitos, não cais, não te magoas, não choras, como toda a gente, simplesmente não sabes o que é viver. Não que isso seja um modo de vida, nem sequer é um bom modo de vida. Mas faz parte dela.
Cair, chorar, levantar. Erguer a cabeça e seguir em frente. Batalhar. Pelo que nos faz bem, pelo que nos faz felizes. Batalhar pelo que vale realmente a pena.
E sabes que mais? Podia dizer muita coisa, mas não vale a pena. O meu silêncio é o melhor que tenho para te dar. E se não entendes as minhas palavras (e nunca procuraste entendê-las verdadeiramente), como queres entender o meu silêncio?
Simplesmente, mais vale não tentar entender. Não tentares entender. Porque por vezes nem eu entendo. Nem eu me entendo."
5 comentários:
Ana, adorei.
Quem me dera escrever assim, e especialmente, espero daqui a algum tempo sentir e querer escrever algo com a mesma mensagem que isto.
Foda-se, está perfeito. :')
Estou cá para o que precisares!
Eu sei, obrigado sis <3
*já dei uns retoques no texto, escrever em certas condições nem sempre resulta, mas enfim, tem de ser...
Ly <3
Obrigado por tudo, se não fosses tu a compreender-me tão bem, a esta hora não estava fácil... x)
O mesmo para ti * Love ya.
Um dia há-de querer sentar-se à mesa e falar de tudo, e contar-me tudo.
Um dia, mas daqui a muitos anos.
A vida já me ensinou a esperar, e já me mostrou que vale mais apena saber esperar do que querer tudo de uma vez.
:)
três palavras e é tal e qual isso.
há que aproveitar enquanto percebemos as coisas!
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