Por vezes, gostava simplesmente de ser tão forte como transmito ser! Gostava de ser tão optimista como consigo ser em relação aos outros. Gostava que o sorriso que carrego sempre comigo fosse sempre verdadeiro. Mas não é. Não sempre.
Por vezes, gostava simplesmente de baixar a muralha, tirar a armadura e andar. "Atira-me, que nada me atinge". Mas não é bem assim. Não é nada assim.
Por vezes, gostava simplesmente de voltar a ser criança. Não só pelas boas recordações, pela humildade e ingenuidade, mas acima de tudo pelo facto de ter um coração puro e uma visão pouco realista do Mundo. Não que ele seja mau. Porque não o é. De todo. Simplesmente para conseguir ver beleza numa simples gota de chuva, ou num simples grão de areia.
Por vezes, gostava simplesmente de acordar e não ser eu. Não de todo. Ser outra pessoa. Alguém diferente do que eu sou. Só para experimentar a sensação.
Por vezes, gostava simplesmente de pegar numa mochila, sair porta fora e descobrir o Mundo.
Por vezes, gostava simplesmente de acordar e me esquecer de certas coisas. Coisas más, obviamente. Momentos maus, pessoas más, más recordações. É que eu perdoar, lá vou perdoando, esquecer é que não esqueço. Mas a verdade, é que tudo isto, apesar de mau, também é bom. É o que nos torna molda, seja por bem, seja por mal. Isso já cabe à consciência de cada um.
Por vezes, gostava de acordar e passar um dia sem sentir coisas más. Sem sentir inveja, sem sentir rancor, sem sentir mágoa, sem sentir dor. Porque por vezes isto aparece e sinceramente, não sei de onde vem. Nem porque vem. Se foi. E se foi, porque foi.
Por vezes, gostava de ser mais confiante. De acreditar em mim. Nas minhas capacidades. Nas minhas habilidades. Nos meus talentos. Sem duvidar. Se é que tenho algo.
Por vezes, gostava de não ser tão desconfiada e acreditar mais nos outros. Acreditar que ainda existem pessoas minimamente verdadeiras e sem segundas intenções.
Por vezes, gostava de acreditar que o amor, seja lá o que isso for, não são apenas contos de fadas, histórias, telenovelas ou comédias românticas. Gostava de acreditar que isso ainda existe. Que ainda existem pessoas que acreditam nisso. E que, acima de tudo, ainda existissem pessoas corajosas o suficiente para acreditarem e lutarem por isso.
Por vezes, por vezes a muralha cai. A armadura enferruja. E as lágrimas caem também. Ao menos lavam a cara e limpam a alma.
Por vezes, não é fácil. Não é nada fácil! Mas que valor daríamos se não fosse difícil?
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