sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ego(centrismo), ego(ísmo)

[ sempre gostei do Garfield]
Ego. Egocentrismo Egoísmo. Será coincidência todas estas palavras terem o mesmo começo? Ego? Quer-me parecer que não.
Essa teoria de que nada há de mais importante e de mais belo para além das fronteiras do nosso próprio umbigo é no mínimo absurda e sem sentido algum. É pior que o cego que não quer ver. É pior que ter uma venda transparente para dizer que não vê. É pior ainda do que aquelas "palas" que os animais usam para olharem apenas naquele caminho e naquela direcção. Porque, penso, não tens palas. Ou se tens, nunca reparei. E se não tens, ages como se tivesses. O que é ainda mais grave. E ainda mais absurdo.
E a que leva tanta procura pela beleza do próprio umbigo? Egoísmo! O que é mais importante? "O meu conforto, o meu bem estar, os meus interesses, as minhas ideias, os meus caprichos, os meus soluços, os meus choros, os meus olhos, o meu cabelo, o meu corpo, o meu ser, o meu eu. Eu, eu, eu e eu." Não enjoas? Não enjoa? Não cansa? Não farta? A ti não, aos outros e a quem te rodeia, sim.
E quando abrires os olhos, quando deixares que o teu ego te perturbe a visão, quando tirares a venda, quando olhares à tua volta, vai ser tarde demais. Valoriza quem tens e o que tens. Porque existe muita gente que dava tudo para ter apenas uma pequena parte daquilo que tu tens.
Deixa de olhar para ti. Apenas para ti. Olha para os outros por meros momentos. Não te vai fazer mal. Prometo! E eu só prometo coisas que cumpro.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Escrita (des)interessante

[ Não, a imagem não é da minha autoria.
Pesquisem no google "diário" e encontram-na.]

Afinal para que serve um blog? Para escrevermos o que nos apetece? O que nos vai na alma? O que o coração não consegue dizer? O que está entalado na garganta?
Ou serve para escrever as coisas mais banais como, por mero exemplo, "hoje acordei às 8h40" e por aí fora. Tudo bem, cada um escreve aquilo que quer no seu cantinho, mas discriminar os passos diários não interessa nem ao Menino Jesus! Não interessa ao comum dos mortais. A não ser que gostem bastante de ti ou simplesmente de odeiem ao ponto de utilizarem isso para se rirem um bocado!
Eu também cheguei a escrever coisas do género admito. Mas não num blog. Mas sim num diário. E foi quando tinha coisa de 8 anos e porque era novidade!
Enfim, cada um escreve sobre aquilo que quer, com os detalhes que quer. É bem verdade. Felizmente hoje em dia temos essa coisa chamada de "liberdade de expressão".
Portanto, vou exprimir algo no mínimo ridículo.
"Hoje acordei. A primeira coisa que fiz foi abrir os olhos. Já repito este processo ao longo de quase 19 anos. Por vezes é um bocado mais doloroso quando as pestanas pesam toneladas e insistem em manterem-se fechadas. Mas lá tem de ser. E para mais, abro os olhos e vejo tudo preto. Já viram o que é? Acordar e só ver escuridão? Pânico!! Bem, depois vejo uma brecha de luz, ao fundo do túnel. Túnel? Qual túnel? É um objecto de madeira, com uma maçaneta ao qual deram o nome de porta, que está encostado, não totalmente fechado e que me indica o caminho para uma outra tarefa que repito ao longo de quase 19 anos. Decido então elevar o meu corpo da posição horizontal para a vertical, de forma a poder caminhar na escuridão, palpando para não tropeçar em nenhum objecto que compõe o quarto de dormir, até à mera entrada de luz. Desastrada como sou, felizmente tropeço sempre em alguma coisa. Algo que como devem calcular, já que causou imensas alegrias. Chegado ao objecto de madeira com a maçaneta, decido rodá-lo para dentro, de forma a que a entrada fique livre e com espaço suficiente para eu passar para o corredor. Eiisshh! Tanta luz! Até ficou encadeada. Enquanto a pupila não assumir a posição correcta, ficarei com a visão perturbada. Assumindo então, a dita pupila a posição adequada, dirijo-me agora, meio acordada, meio a dormir, com o cabelo num estado fantástico, a outra divisão da casa. Essa outra divisão, é muito diferente de todas as outras: tem uma porta e uma janela. Coisa fantástica não é? Pois bem, dirijo-me apressada para uma nova entrada na nova divisão, até que com uma grande pontaria e uma mistura de sorte, consigo acercar na porta com a unha do dedo grande do pé direito, o que me causa um misto de dor, irritação, frustração e algum riso à mistura. Passada a dor e o sono, entro na nova divisão. E aí encontro aquilo que procuro. Lá está ela. Divina, magnífica, a chamar por mim. Já não nos víamos há algumas horas. Não é que existam saudades, mas as circunstâncias do ser humano proporcionam um novo encontro com a velha amiga. Convida-me para me sentar ao colo dela. Assim o faço. Puxo então a roupa que constitui a parte inferior do meu corpo e sento-me. É aí, então, que acomodada, o meu corpo expele os líquidos acumulados das horas de sono. Expelidos então, todos os líquidos, inclino-me procurando papel de modo a conseguir retirar todos e quaisquer excessos. Feito isto, despeço-me da minha velha sanita e puxo o autoclismo.
E pronto, acabo assim a minha bela descrição de uma parte dos meus dias ao longo de 19 anos. Fantástico e super interessante, certo?"
Moral da história e escrito em linguagem corrente: quando acordo a primeira coisa que faço é ir à sanita!