domingo, 25 de abril de 2010

Faz de conta

Quem é que não se lembra de brincar ao "faz de conta" nos tempos de infância?
"Faz de conta que..." e ali se introduzia uma nova história, um pouco teatral, na qual eu enquanto criança me deixava entretida durante horas. Das duas uma: ou toda a gente continua a brincar ao faz de conta ou eu continuo criança. Talvez sejam ambas as opções.

As pessoas gostam de brincar ao faz de conta. Faz de conta que está tudo bem, faz de conta que estás bem, faz de conta que gostas disto, faz de conta, faz de conta, faz de conta...

Estou farta disto! Porque é que temos de fazer de conta que está tudo bem quando não está? Simplesmente porque é mais fácil dizer que está tudo bem do que explicar porque se está mal.
Pelo menos no que me diz respeito, diga-se.
Prefiro calar-me a falar. Principalmente quando os nervos falam mais alto e o coração ferido ganha voz. Pode dizer coisas que nem tão pouco passaram pela cabeça serem expressadas, mas fala a verdade. Nua, pura, crua e cruel. Mas a verdade. Palavra essa que anda cada vez mais esquecida.
Porque continuamos constantemente a brincar de faz de conta uns com os outros. Faz de conta que gosto de ti, faz de conta que gosto do que me disseste porque se te responder levas a mal e cria mau ambiente. Faz de conta que está tudo bem e que não se passa nada. E por aí fora.

É interessante brincar ao faz de conta. Principalmente em grupo, porque resulta sempre. Mas quando a solidão se apodera de nós, esse jogo não resulta. Basta encontrar um espelho e olhar para ele. Olhar-nos olhos nos olhos, para percebermos que sozinhos não jogamos ao faz de conta. Sozinhos simplesmente encaramos a verdade nua e crua. Daí doer tanto. Tanto a solidão como a verdade.

Pouca gente tem a capacidade de olhar nos olhos das outras pessoas e ver através deles que algo não está bem. E pouca gente tem a coragem de perguntar o porquê dessa tristeza no olhar, disfarçada por um sorriso nos lábios. E isto é distracção ou é simplesmente pura cobardia?
É por estas e por outras que odeio que me olhem olhos nos olhos. Parece que olham para a nossa alma e conseguem ler os nossos pensamentos mais íntimos e tudo o que nos passa pela cabeça.
Por isso mesmo, vou continuar a jogar ao faz de conta como toda a gente.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

?



[a autoria da foto: Rita Carmo/Espanta Espíritos. Concerto dos Muse no Pavilhão Atlântico, passado Novembro. Apreciei muitíssimo. Repito a dose a 27 de Maio. "Now we're falling, We Are Losing Control", Mk Ultra]




Já vou no terceiro texto que pretendo publicar, escrevo metade e não lhe toco. É sempre bom!


O ser humano, infelizmente, é feito de hábitos e de rotinas. Quando ocorrem pequenas mudanças no nosso dia-a-dia, por vezes até nos agradam. Quando ocorrem mudanças, já muda a rotina e por aí fora. E quando ocorrem grandes mudanças? Bem, primeiro que sejam as consiga interiorizar, leva algum tempo...


Eu sou um ser humano! Ainda que nos fantásticos quizzes do facebook um desses testes afirmem que eu vim de Marte. Pelo menos é aqui perto. É mesmo aqui ao lado. É só um saltinho.


Talvez até tenha vindo. Talvez seja por isso que certas mudanças, mesmo boas, me fazem uma pequena grande confusão entre os meus neurónios.


Primeiro estranha-se, depois entranha-se?


Isso, a ver vamos!





Eu tento compreender, aceitar e entender. Afinal, e até ver, é uma mudança boa.


Mas custa a querer, custa a acreditar. É essa a realidade.


É esquisito, no mínimo.


Se vai correr bem? Ninguém sabe!





Por enquanto, volto-me a fechar na minha concha e aqui fico. É um bocado escuro mas pelo menos é seguro. Sempre me protegeu de muita coisa. Agora também vai proteger, se for o caso.


Sempre preferi jogar à defesa que ao ataque!


Talvez quando o terreno já esteja firme eu saia da minha concha pé ante pé.


Até lá...