Mal ligas a televisão ou simplesmente agarras num revista e vês corpos esculpidos até ao mais pequeno milimetro, o mais perto possível da perfeição, mesmo que esse conceito varie de pessoa para pessoa. Alguns agraciados simplesmente pela mãe Natureza. Outros com muitas horas de ginásio e em dietas constantes. E outros compostos por todo o tido de botox e tratamentos que possam existir.
E é isso que importa? É isso que realmente importa? As medidas? Aliás, ter as medidas perfeitas, que no meu caso concreto seriam 86 - 60 - 86.
E somos constantemente bombardeados com isto mesmo: perfeição física. Não interessa como se obtêm, interessa simplesmente consegui-la. Nem que para isso te olhes ao espelho e pareças tudo, menos tu. O que interessa é mudares o teu corpo, retocares com botox aqui e ali, meter silicone aqui e no outro lado.
E isso é tão importante assim? Quem ficar connosco vai andar com uma fita a tirar as medidas, e vai dizer "desculpa, não tens as medidas perfeitas, não dá mais".
Ou simplesmente quem ficar connosco vai-nos fazer sorrir de tal forma que tal sorriso jamais conseguia ser medido por fita alguma?! Melhor medida que esta não há.
Simplesmente por vezes esta excessiva obsessão com a forma física irrita-me. Torna-se exaustiva.
Admito com todo a sinceridade que sim, esse é o primeiro impacto que se tem: o visual e, consequentemente, o aspecto físico.
Mas e quantas vezes se perde todo esse encanto quanto a dita pessoa abre a boca e em poucas frases é perceptível que não existe conteúdo algum naquela cabeça. Coisa oca. Coisa muito oca.
E a menos que o objectivo seja esse: cabeça oca, cata-vento, todo o interesse se perde.
E não, não tem mal algum olhar pelo nosso corpo. Bem pelo contrário. É isso mesmo que devemos fazer, pois não temos outro. Devemos simplesmente aceitá-lo como ele é, com todos os defeitos e virtudes, pois é isso que nos distingue de quem nos rodeia. Umas vezes pela negativa, outras pela positiva. Devemos ajustá-lo? Claro que sim, mas sem cair no exagero de se tornar uma enorme obsessão. Falo por mim, como sempre.