Um dia não são dias. E cada dia é um dia.
Isso entende-se especialmente quando temos um dia mau e queremos a todo o custo que ele passe.
Um dia sentes uma coisa, no dia seguinte podes sentir outra.
O que num dia é uma certeza absoluta, no outro pode deixar de o ser.
As coisas mudam da noite para o dia. Tem dias!
O que vice-versa.
Um dia vais entender que um sorriso pode esconder um coração partido.
Um dia vais entender que as pessoas entram e saem da tua vida, e se esquecem de ti, tirando aquelas a quem fazes realmente falta e que verdadeiramente gostam de ti.
Um dia vais crescer, vais pousar os ténis, as calças de ganga. Vais trocar as aulas pelo local de trabalho, os ténis pelos sapatos, as calças de ganga pelas calças de pano. Os pés descalços por chinelos de enfiar no dedo.
Vais trocar os banhos de chuva por um guarda-chuva. Vais trocar o simples facto de apreciar o sol por um bom par de óculos de sol e por um chapéu (ou boné). Vais deixar de achar piada a tudo e a nada.
Vais deixar de ver a vida a cores.
Vais ver a vida a ficar mais complicada, pois como ser humano que erra, que sente, que chora, tem tendência igual para complicar o simples. E, por vezes, para simplificar o complicado.
Um dia vais deixar de viver e vais passar a sobreviver.
E no dia, no dia em que perceberes que devias ter aproveitado tudo, que devias ter dito a palavra certa no momento certo, que devias ter dado aquele abraço aquela pessoa naquela ocasião, no dia em que te aperceberes que tudo era tão fácil e tu é que complicaste tudo. Nesse dia, nesse dia, a última lágrima vai-te correr pelo rosto e os teus olhos jamais se abrirão para ver.
E para evitar que esse dia chegue, valoriza o que tens!
E aprende a simplificar tudo, seja o complicado ou o simples.
Porque olhar não é a mesma coisa que ver. Ouvir não é a mesma coisa que escutar. Comer não é a mesma coisa que saborear. Tocar não é a mesma coisa que sentir.
Dar a mão a alguém quando é preciso, não significa ajudar. Por vezes precisamos de mais que uma mão e de um ombro amigo. Um abraço silencioso faz toda a diferença.
E ler, ler não é a mesma coisa que interpretar o que está escrito. Ler não significa entender um amontoado de letras das quais surgem palavras, é preciso saber ler as entrelinhas.
Ser não é a mesma coisa que estar. E estar não é a mesma coisa que ser.
E por aí fora...
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
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