Como tal, deixo o link da mesma, para que possam apreciar alguma das quantas galerias que os olhares nos oferecem.
Há quem, (in)felizmente, só para quando bate com alguma força contra uma.
Pior. Há quem ainda assim continue a cometer os mesmo erros, vezes sem conta, como se fosse algo no mínimo, normal.
E há ainda sequer quem não tome qualquer tipo de decisão de alguma importância, com medo de esbarrar contra ela.
Se as paredes tivessem boca. ..
Ouvidos têm.
São dos melhores ouvintes que podem existir.
Ouvem, ouvem e ouvem. Ouvem tudo até ao fim. Sem achar que o que dizes não faz sentido. Sem criticar. Sem refilar. Ouvem. E calam. Porque, claro, não falam. São do melhor a guardar segredos.
Eu não tenho medo de bater contra uma parede. Já bati, algumas vezes. Sim. Toda a gente bate. Doeu? Não, simplesmente fez cócegas. Mas desses poucos embates valeram-me bem de lição para evitar muitos outros.
Aprendemos a errar. E as paredes, além de guardarem segredos, guardam-nos um pouco de tudo. Há melhor sítio que as quatro paredes que rodeiam o nosso quarto? Há melhor porto de abrigo que é o silêncio que elas nos transmitem.
"Entro leve. Pé ante pé. De mansinho. Volto para o meu canto. Aquele canto. E de novo junto três grandes amigos, que se encontram habitualmente. Um escuta, um fala, outro regista tudo atentamente. Mas acabam por ser ambos apenas um só.
E paro. Paro. Para me encostar na parede. Desço lentamente, como quem não quer denotar a sua presença, e sento-me. O silêncio instala-se. As minhas palavras quebram-no.
E seguem-se monólogos de longas horas com a confidente mais discreta e mais secreta que os melhores túmulos.
Levanto-me, da mesma forma que me sentei. Saiu pé ante pé. Levemente. Voltarei?
Vezes sem conta.
Umas levemente. Outras bruscamente.
Até mais ver.»
